quinta-feira, novembro 18, 2004

Bilhar

Entro eu e o meu vizinho num desses sítios onde se come fora de horas, e logo na mesa da frente estava uma daquelas febras que abala qualquer um por mais insensível que ele seja. Eu, e em sinal de respeito pelo gajo que acompanhava o monumento, não lhe lancei o meu habitual olhar mortífero de caçador… Optei por lançar logo a mão esquerda ao peito. Mas rapidamente me apercebi que uma mão não chegava para cobrir toda aquela mimosa área. Este pequeno precalço foi resolvido, ainda que dificilmente por causa do meu curso de baba, com o auxílio da mão direita.
Mas devo salientar que este movimento foi feito com a máxima descrição…

Entretanto, decidimos ir bater umas bolas de bilhar. Decisão que se revelou ser bastante acertada, porque o labrego do meu vizinho, com a sua técnica habitual, consegue sempre fazer o impossível, transformando uma jogada simples numa tacada de classe mundial.
Mal o acompanhante da princesa se levantou para ir alviar o pilinhas fiz sinal ao labrego para fazer aquilo que ele melhor sabe: mandar bolas para fora da mesa 8é mestre). E ele correspondeu a 100%: brutal tacada na bola branca que vai de encontro à 4, que bate na 6 que bate na 14 que bate na 11 que bate na 3, bola essa que vai à tabela, salta para fora da mesa onde vai de encontro com a cabeça do cornudo que simplesmente se limitou a encostar a bola com a cabeça para o buraco. Jogada genial que foi de imediato sublinhada por mim com as palavras “Boa bola, boa bola…”.
Escusado será dizer que o frágil do namorado ficou estendido no chão. Mas pelo sim pelo não, ainda lhe cheguei umas tacadas na cabeça para me certificar que o animal não se levantava.

E ainda se ouvia de fundo a sirene da ambulância e já aquele pujante pito se encontrava acopulado a mim chorando pela fatalidade que havia acontecido ao seu companheiro. Eu como alma bondosa que sou tentei reconfortar a pobre miúda:
- Mas não te preocupes. Ele vai ficar bom até porque grande parte do crânio ainda estava ligado ao pescoço…
Perante estas palavras ela ficou nitidamente mais descansada. Mas eu não podia deixar aquele “bastante fodivel cu” sozinho. Não ficava de consciência tranquila. Por isso decidi levar a miúda para minha casa...
Não percam o próximo episódio porque eu também não. Vá vão-se limpar.

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